LIVRO DE OSÉIAS

31-05-2010 13:16

 

Oséias 2:2-23

**Obs.: Neste trecho, Deus está falando sobre Israel como sua mulher adúltera (veja 2:16).

2:2-8

Deus tem motivo inegável para repudiar Israel: As prostituições e adultérios dela.

Ele, porém, gostaria de poupá-la. Para fazer isso, teria que ver o arrependimento dela.

**Obs.: Embora o livro de Oséias não seja um livro de regras de como lidar com o adultério, podemos observar algumas coisas importantes que ajudam em saber como tratar adúlteros. Aqui já observamos o primeiro ponto: o perdão (por parte do marido) do adultério da mulher dependia do seu arrependimento. Deus sempre está disposto a perdoar, mas a falta de arrependimento do pecador impede a comunhão (veja Isaías 59:1-2).

Se Israel não se arrepender, Deus a deixaria sofrer as conseqüências do pecado. Ela se tornaria em terra seca e os filhos sofreriam.

Quando Israel foi atrás de amantes (ídolos), ela achou que eles fossem a fonte das suas necessidades.

**Obs.: O Diabo e seus servos (sejam religiões falsas, tentações carnais, etc.) oferecem coisas atraentes para nos enganar. Muitas pessoas acham que os benefícios do erro justificam os riscos. Pode haver alguns benefícios-prazeres, lucros, amizades, etc.- mas o preço final é sempre mais alto do que o valor dos benefícios. "Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim?" (Jeremias 5:31).

Deus, como marido, impediu o acesso de Israel aos seus amantes, dando-lhe motivo para voltar e buscar o marido.

**Obs.: Felizes são os pecadores que enxergam a realidade e deixam o pecado para voltar ao Senhor!

De fato, não foram os amantes e sim o próprio Senhor que sustentava Israel. Ela tomou as coisas que Deus lhe deu e as usou para servir Baal (um falso deus).

**Obs.: Ezequiel 16 apresenta uma versão mais ampla desta mesma história, só que a esposa em Ezequiel é Judá e não Samaria.

2:9-13

Quando Israel insistiu em praticar a prostituição espiritual, Deus decidiu castigá-la. O castigo incluiu vários aspectos:

-Ele retinha as necessidades que sempre lhe havia dado (9).

-Ele deixou Israel exposta diante dos amantes, onde os outros perceberam a pobreza e nudez dela (10).

-Ele tirou o gozo que ainda restava na vida dela (11). As coisas citadas neste versículo se referem ao gozo da comunhão com Deus (Festas, sábados e solenidades). Deus lhe negou a comunhão devido à infidelidade do povo.

-Ele destruiu as coisas que ela recebeu, supostamente, dos amantes (12).

-Ele deixou o povo sofrer durante um determinado tempo, conforme o tempo em que andava na idolatria (13).

**Obs.: As conseqüências do pecado são, freqüentemente, os resultados naturais do próprio erro. Deus simplesmente parou de proteger e cuidar do povo, e Israel sofreu nas mãos dos próprios amantes. O mundo ensina algumas lições duras quando uma pessoa se entrega ao pecado (veja a parábola do filho pródigo, Lucas 15:11-32).

**Obs.: Mais uma aplicação em relação aos adúlteros. A vítima (a pessoa ofendida pela traição do companheiro) não deve proteger o pecador, ainda não arrependido, das conseqüências do crime cometido. Deus amava a Israel, mas ele a deixou sofrer para chegar ao remorso necessário para a reconciliação. A pessoa que comete adultério normalmente se encontra depois desamparada e pode até passar por privações. Tais conseqüências do erro podem ser exatamente o que precisa para refletir e chegar ao arrependimento.

2:14-23

Depois do período de sofrimento, Israel é atraída de novo pelo próprio marido. A figura aqui é de um namoro e reconciliação.

Deus atraiu a sua mulher infiel e a levou para o deserto para falar ao coração. Deus age para possibilitar a volta dela, mas somente num lugar longe dos amantes.

Ele a trata bem, como nos dias do namoro com a jovem.

**Obs.: O vale de Acor se torna em porta de esperança (15). Acor quer dizer desastre ou desgraça. Foi o lugar onde Acã morreu depois do seu pecado na conquista de Canaã (Josué 7:24-26). Por meio da desgraça do cativeiro na Assíria (veja 11:5), o povo encontraria a esperança da nova vida. Os momentos difíceis em nossas vidas, até as correções que Deus nos dá como filhos, servem como portas de esperança (veja Hebreus 12:4-13).

Ela chamaria Deus de "meu marido", não de "meu Baal" ou "meu senhor" (16-17).

**Obs.: A palavra "baal" significa "senhor" ou "mestre". Chamando Deus por este nome, no contexto da idolatria do povo, estaria deixando-o no mesmo nível com estes falsos deuses. O ponto não é de falta de respeito, pois ele é realmente o único Senhor. É questão de restabelecer a intimidade de marido e mulher, nem falando mais dos amantes.

**Obs.: Mais uma lição que ajuda na reconciliação depois do adultério. A adúltera deve cortar todo contato com o seu amante. Para mostrar o arrependimento, o próprio marido deve ser o único homem na vida dela.

Deus daria de volta a terra perdida, e deixaria o povo habitar em segurança (18).

Ele faria uma aliança de casamento para sempre com a sua mulher arrependida (19-20).

**Obs.: O amor de Deus. Depois de tudo que Israel fez, repetidas vezes traindo o marido bondoso que tanto a amava, ele se dispôs a tomá-la de volta e entrar numa nova aliança de casamento. Que amor!

Ele seria um Deus bondoso, e ela um povo fiel e abençoado (21-23).


 

Oséias 3:1-5

Este pequeno capítulo completa a figura da vida familiar de Oséias.

Deus mandou que Oséias tomasse de volta a sua esposa adúltera (1).

**Obs.: Mesmo depois do pecado de adultério, perdão e reconciliação são possíveis!

Oséias obedeceu, comprando de volta a sua mulher (2).

**Obs.: É calculado que o valor pago aqui equivale o valor de uma escrava (veja Êxodo 21:32).

Oséias e Gômer não voltaram imediatamente a ter relações conjugais. Ele esperou para ver se ela realmente ficaria longe dos amantes (3).

**Obs.: Leva tempo reconstruir a confiança no casamento depois da traição. É razoável a pessoa traída pedir algum tempo antes de voltar às relações normais.

Na aplicação à nação, Deus deixaria o povo muito tempo sem liderança e sem as coisas necessárias para adorá-lo corretamente. Ao mesmo tempo, ficariam sem os ídolos (4).

No final, Israel seria completamente reconciliada com Deus e com Davi, seu rei (5).

**Obs.: Este versículo se refere à restauração espiritual do povo na Nova Aliança. Davi simboliza Jesus. Os últimos dias se referem à época do Novo Testamento. Por meio de Jesus, Israel espiritual se aproxima do Senhor (Gálatas 3:26-29), depois de um período em que o povo estava em casa mas não em plena comunhão com Deus. Assim o profeta indica um tempo entre a volta do cativeiro e a vinda de Davi (Jesus) para fazer paz entre o povo e Deus.

 

Oséias 4

No capítulo 4, a mensagem deixa a família de Oséias (embora continue como pano de fundo da mensagem do resto do livro), e Deus volta a falar sobre sua relação com o povo de Israel.

4:1-3

A contenda de Deus com o povo de Israel. Deus levanta acusações contra Israel.

Falta: verdade, amor e conhecimento de Deus (1).

Prevalecem: perjúrios, mentiras, matanças, furtos, adultérios, arrombamentos e homicídios (2).

**Obs.: A contenda de Deus com o povo destaca o fato que há aspectos negativos e positivos na obediência. Ser servo de Deus não é somente abster-se da prática do mal; é cultivar a prática do bem. É fácil definir o cristão pelas coisas que não faz (talvez uma lista parecida com a do versículo 2 aqui), mas devemos ser pessoas habilitadas "para toda boa obra" (veja 2 Timóteo 3:16-17; Tiago 4:17).

A conseqüência dos erros de Israel: a terra e tudo que nela está sofre (3).

4:4-10

Deus contendeu com o povo porque outros não o fizeram. Seria o papel de sacerdotes, profetas e reis repreender e corrigir o povo, condenando a sua maldade. Mas, ao invés de condenar, eles participavam dos mesmos erros, até conduzindo o povo à iniquidade.

A acusação fundamental do livro de Oséias se encontra no versículo 6: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento".

**Obs.: Deus claramente culpou os sacerdotes por não ter guiado o povo no caminho dele. Hoje, muitos líderes religiosos não mostram um compromisso sério e absoluto com a palavra de Deus. Torcem a mensagem e aceitam práticas, tradições e doutrinas erradas para manter suas posições nas denominações. Tais pessoas receberão a condenação de Deus. Por outro lado, muitos adeptos das mesmas igrejas se contentam em ser "boas ovelhas", seguindo a liderança de outros sem questionar. Apaziguam a consciência com a idéia que os pastores são os responsáveis; não cabe aos seguidores decidir o que fazer. Que engano perigoso! Neste texto, os líderes erraram, mas o povo estava sendo destruído! Jesus disse: "Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).

Pessoas abençoadas pecam (7-10). Os sacerdotes foram abençoados por Deus com honra e muitos filhos, mas pecaram cada vez mais contra o Senhor. Como conseqüência de seus pecados, seriam castigados com o povo.

O erro atrás de todos os pecados destes sacerdotes: "ao Senhor deixaram de adorar" (10). Quando se entregaram à satisfação dos desejos carnais, deixaram de servir ao Senhor.

4:11-14

"A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento" (11). Mosto, aqui, provavelmente se refere ao suco de uva que já tinha começado o processo de fermentação, assim tendo condições de prejudicar o raciocínio.

A sensualidade e bebidas alcoólicas, por si só, já têm efeitos negativos nos pensamentos da pessoa. Pior ainda, são coisas ligadas à idolatria, induzindo a pessoa a abandonar o verdadeiro Deus (12). A descrença é uma forma de loucura ou insensatez (Salmos 14:1; 53:1; 10:4).

Deus comparou a idolatria à prostituição. É adultério espiritual (13).

Deus não castigaria as mulheres que praticavam esses pecados, pois os próprios pais e maridos participavam dos mesmos (14).

4:15-19

Neste parágrafo, o profeta deixa de falar com o povo de Israel e se dirige ao povo de Judá, o reino do sul, que continuava ainda mais fiel ao Senhor.

A advertência ao povo de Judá: Não se envolva nos pecados de Israel (15).

A lição dos erros dos outros: Israel perdeu o favor e a proteção do Senhor por causa do pecado (16).

A instrução: Deixe Israel com seus ídolos; fique longe dele (17).

O exagero do pecado de Israel: Até os príncipes se entregaram à loucura do pecado (18; veja Provérbios 16:12).

O resultado: Os pecados do povo, dos líderes religiosos e dos príncipes trariam o vento da ira de Deus sobre a nação (19; veja Isaías 29:6; 57:13; Jeremias 23:19; 30:23).

**Obs.: Efraim, a tribo donde veio Jeroboão I, representa o povo de Israel, o reino do norte (17).